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26.01.2015 às 10:00hs

Pesquisadores incluem mentrasto em lista de plantas daninhas resistentes a herbicidas do grupo de inibidores de ALS

Um trabalho realizado pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), em parceria com o Centro Universitário Várzea Grande (Univag) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é responsável pela inclusão do mentrasto (Ageratum conyzoides) na lista de plantas daninhas resistentes a herbicidas do grupo de inibidores da ALS da International Survey of Herbicide Resistant Weeds.

“Fizemos o primeiro relato oficial no mundo de mentrasto resistente a herbicidas desse grupo à International Survey of Herbicide Resistant Weeds – um site mantido graças ao esforço colaborativo de especialistas em plantas daninhas de mais de 80 países – e ao HRAC (um comitê internacional sobre resistência a herbicidas)”, conta o pesquisador Edson R. de Andrade Junior, do IMAmt.

Segundo ele, após analisarem os dados da pesquisa realizada em lavouras de algodão de Mato Grosso, em parceria com os professores Anderson Cavenaghi (do Univag) e Sebastião Carneiro (UFMT), a International Survey e o HRAC aceitaram a inclusão do mentrasto na lista de plantas daninhas resistentes a herbicidas que têm por mecanismo de ação a inibição da enzima acetolactato sintase (ALS).

Desde a safra 2012/13, o IMAmt – braço tecnológico da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão – vem desenvolvendo um trabalho voltado para o levantamento de plantas daninhas com resistência a herbicidas em áreas algodoeiras de Mato Grosso (picão-preto, leiteiro, caruru, mentrasto e capim pé-de-galinha, entre outras espécies), por meio de um projeto financiado pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Os resultados desse trabalho, realizado em parceria com o Univag e a UFMT, vêm sendo levados aos associados da Ampa e seus colaboradores por meio de publicações como a Circular Técnica nº 10, disponível nos sites da Ampa (www.ampa.com.br) e do IMAmt (www.imamt.com.br).     Os pesquisadores também abordam um problema que vem surgindo com o advento das variedades transgênicas resistentes ao glyphosate, utilizadas tanto em áreas algodoeiras, como também em lavouras de soja e milho em rotação e/ou sucessão. Aplicações repetidas do mesmo ingrediente ativo ou de ingredientes ativos que tenham o mesmo sítio de ação têm sido o principal fator selecionador de plantas daninhas tolerantes ou resistentes, segundo Andrade Junior, que alerta para a importância de medidas de prevenção, como o constante monitoramento das áreas de lavouras e a rotação de herbicidas com diferentes sítios de ação.

“É importante que os agricultores e o pessoal técnico das fazendas estejam bem informados sobre as principais plantas daninhas encontradas nas lavouras de algodão de todas regiões produtoras de Mato Grosso, e conheçam práticas para prevenção e controle delas, de modo a preservar as novas tecnologias e garantir o futuro da cotonicultura no estado”, diz o pesquisador do IMAmt.

De acordo com uma publicação coordenada pelo pesquisador Pedro Jacob Christoffoleti, da Esalq/USP, a resistência de plantas daninhas aos herbicidas foi relatada pela primeira vez no final da década de 1960, associada com a aplicação intensiva de herbicidas pertencentes ao grupo químico das triazinas, porém, deste então, o número de casos registrado no site do HRAC tem aumentado rapidamente.

 

Fonte: atribunamt.com.br

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